É uma melancolia que pode durar alguns dias ou semanas. Não
confunda com depressão por-parto, que é oooooooooutra coisa.
Por aqui o negócio bateu ainda no hospital. No primeiro dia.
Via todo mundo pegando o nosso filho no colo, o pai levando para trocar fralda,
acolhendo quando ele sofria para expelir o mecônio (capítulo à parte) e o que
eu podia fazer? Ficar deitada, porque estava com a barriga costurada. Acho que
aqui entrou um pouco da dor psicológica que falei da recuperação da cesárea.
Daí viemos para casa e as duas primeiras noites foram
especialmente complicadas. O neném que no hospital ficava no bercinho numa boa,
aqui parecia estar deitado sobre espinhos. Mamava, dormia, colocava lá e nada.
Choro, muito choro, não sabia o que fazer. Ai que vontade de morrer! Pior é que
até essa vontade era pela metade, porque quando você está por sua conta e
risco, quase tudo bem pensar isso, mas quando você tem um serzinho que depende
da sua vida, não dá. Daí a sensação era pior ainda. De dia não melhorava muito
e ainda juntava com o cansaço master da noite mal dormida. Impotência era o que
sentia, junto com desespero.
Mas aí é que tá. Sabe TPM, quando você enlouquece, mas sabe
que aquilo vai passar, que não está no seu estado normal? Então, por mais que
desse uma crisesinha de choro (e o marido pacientemente ampara nessas horas),
sabendo que é momentâneo, melhora.
E outra: a humanidade está aí tendo filhos há tanto tempo e
aparentemente as mães sobrevivem. Então tem que dar certo, neh?!
Ainda bem que hoje em dia tem pré-natal, Babycenter Brasil e
Google. Tenho dó das mães de antigamente que não tinham toda essa informação.
Quando você sente alguma coisa ruim, mas sabe que vai passar e sabe o motivo, é
suportável.
E agora? Como estamos? Olha, já se passaram mais de 10 dias,
o neném me acorda à noite a cada 2h30 ou 3h para mamar, o cansaço ainda existe,
mas estamos entendendo ele e ele nos entendendo também. Melhorou muito, mas
muito mesmo e acho que a tendência é simplesmente sumir e justamente esse
cansaço acaba fazendo com que, no final, a gente lembre de pouca coisa ruim, só
enxergue um serzinho fofo que merece cada minuto que a gente pode dedicar a
ele.
Pois é, não tem lembrado nem quantas vezes ele mamou e trocou fralda de madrugada... sinal q ta melhorando... ehehehhehe =)
ResponderExcluir;)
:**
Adorei seu texto Bruna e certamente tudo vai passar...talvez até sinta falta desses momentos ainda! Abraço...
ResponderExcluirp.s. e sabe que pode contar comigo se precisar....é só chamar e gritar! rsrs
Ju
Ahh normal..vai melhorar até sumir!! Acredita que tive junto com esse periodo que vc descreveu belamente, uma terrível crise de dor na cervical de descia por todo o braço direito...regalo da cesária...e me deixa alucinada de dor...alucinada. Quando eu chorava de desespero..até descobrir o que era...diziam me que eu tinha depressão pós parto....tipo interna essa doida!!! Eu tentava me explicar...mas desisti até o diagnóstico correto me ser dado. Ainda bem! bjos
ResponderExcluirBruninha, sabe que este é justamente o maior temor que tenho? Não temo a gestação nem o parto, penso que esta adaptação junto com a alteração hormonal é que deve ser muito difícil. Mas como sempre seu texto é lindo e carregado de bons sentimentos que dá até vontade de fazer um neném por aqui! hehehe
ResponderExcluirBjusssssssss
A parte mais difícil é entender o que o choro quer dizer... Nada de vir com essa história de que chorar é normal, não é e ponto final. Quem chora sente falta de alguma coisa, sente dor, tem algo errado. Eu tive depressão, então isso dificultou absurdamente a identificação do problema, nem lucidez pra tentar os itens básicos (fome, fralda, frio, claro, etc...) eu tinha... Boa sorte e muita lucidez pra vc amiga! beijo Tati Simon
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